Encontrei-me com o silêncio da noite ... Após adentrar no quarto, quando me deitei sobre a cama, um vento manso passou por mim ... A janela estava levemente entreaberta e, à medida que a noite avançava dando voz à madrugada, um frio cortante deixava cicatrizes em minha pele ... e meus lábios, cerrados, ansiavam pelos teus ... Rolava pela cama, de um lado a outro. Uma inquietude parecia me dominar ... E o frio cada vez mais intenso.
Ah, a
cama ! Sempre da mesma forma. Mas agora, mais do que antes, assemelhava-se ao
enorme diante de mim. Algo que nunca havia notado. Tudo assimilava um vazio
muito grande, como se estivesse faltando a tua presença nesse instante. Um
instante onde as horas, de modo severo, se perpetuavam .
(Cícero Aarão)