CARPE DIEM

"Aproveite o momento" ; "Colha o dia " . "Aproveitar a vida e não ficar apenas pensando no futuro." SEJA BEM VINDO!!!

quarta-feira, 14 de junho de 2023

DESCOBERTAS

 

O meu encontro se dá quando a noite chega

Quando o vento frio da madrugada me visita

E, sorrateiro, ousa esquadrinhar meus pensamentos.

 

Eu me recolho e o faço de modo intermitente

Desvelando o meu íntimo incondicionalmente.

 

 

Encontro em mim refúgio

E isso sem nenhum subterfúgio

Um encontro com minh´alma que se desnuda

que se deixa levar por um vento forte e furtivo.

 

Eu me viro pelo avesso de mim mesmo

Eu me descubro ...

E a descoberta que nasce em mim,

abre portas para outras

intermináveis descobertas

onde e quando o meu querer  me provoca mais e mais   o descobrir

E quanto mais esse desejo se instaura em mim

É que me descubro não me conhecer totalmente .

 

Eu me revejo, me contorço em palavras

E o faço em busca de toda verdade guardada em mim

E quanto mais o faço

e tudo sem medida,

é que me dou conta de um mergulho em uma uma descoberta infinda ...

(Cícero Aarão) 


GESTOS

 

“Por ti tenho gosto

e não desgosto

Teu rosto,

de ti vem um gosto

O resto ?

Ah, um gesto!

Eu hoje te digo

sem medo e castigo

um gosto eu quero contigo

E o amargo da vida,

eu deixo no poço

E em teu umbigo

um abrigo

Contigo te serei muito amigo.”

(Cícero Aarão )

 

 


sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

CHUVA ..........

 

A chuva ....

As gostas de chuva

E como vêm alegres as gotas de chuva !

 

Será casamento de alguma viúva ?

O sol é teimoso e almeja  o lugar dessa bela dama, a  chuva

 

Atrás de alguma nuvem , eis o arco-íris

E como faz cintilante a minha doce íris .

 

Mas chega de manhã cedo o triste do dia

E o meu caminhar assemelha-se ao de  uma vadia

 

Ah, quão triste

E a chuva como persiste !

 

Mas o bom é simplesmente bom

E retiro da bolsa um simples bombom

E tudo é muito bom

Sempre, como nas noites de frio , embrulhado em um edredom .

 

Mas o bom mesmo

E sem demora é negar a si mesmo !

Andar por longas horas e consciente , a esmo !

A doação deve ser de si mesmo

E, por isso, sem medo algum , dançar

Amar

Degustar

Sonhar ...

Que seja um tropeçar

 

Mas na chuva dançar

Na chuva chorar ...

A água pelos boeiros escoar

Escoar a enxurrada de mágoas que deseja passar

E só tomar chuva

O bom da  chuva

E chorar muito , desvelar a alma

Apoderar-se da calma

E,  debaixo da chuva rir e gargalhar

Debaixo da chuva se libertar e toda alma lavar.

 (Cícero Aarão) 

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

AMARELO

 

E vens  com toda tua graça

A cor? O amarelo !

Onde tudo é mais belo !

 

E vens muito bela

de alegria na alma 

Repleta e festiva , vens de corpo, cabelos ao vento ,  e alma , muita alma !

 

Dançante, tu vens 

de vestido de rendas vens com  rosa amarela

Vens cheia de prendas

 

Caminhas  e não te cansas e ao encontro do sol vais,

simplesmente , vais ao encontro de um pôr de sol,

 um  fim de tarde ... 

E tu te aproprias de um fim de tarde qualquer

A tarde que te espera e é toda pra ti !

 

Como é  doce  a tarde !

E vais saltitante  de amor , mas sem alarde, sem alarde ....

 

Tu vens de cabelos soltos e  aloirados

E Teus fios longos te compõem, acolhendo uma rosa amarela...

E, sem demora, tu sorris, tu sorris ... 

 

E Uma brisa salgada passeia por onde andas

Ah, por onde andas ?

e as ondas do mar , todo encanto !

E sorris, tu somente sorris ...

 

Um vento de areia embala  todos os teus sonhos

Ah , e teus olhos marejados enfeitam o  teu dia ,

pois tudo que tu  fazes é pura emoção.

 

Tu caminhas  ...

E sorris , e sorris ...

 

Cabelos ao vento ..

Tu danças, rodopia ...

E tudo que te rodeia é amarelo , amarelo vivo

 

E não te fatigas de  sorrir, e sorris !

 

Teus encantos em todos os cantos são todos de alegria

Sorris,  e sorris ...

E não te cansas de muito esperançar ...

(Cícero Aarão) 

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

A PERSPECTIVA DO OUTRO ...............

 

A PERSPECTIVA DO OUTRO .........................................

 

Autor: Cícero Aarão

 

E diante do espelho , me deparei com meu olhar

Vi-me profundo , mas incompleto

 

Quando meu olhar cruzou o de outro alguém,

dei-me conta do olhar de minh ´alma

e,  sensível às agruras da vida ,

minha dor se fez diminuta . 

 

Enxerguei-me  de fora

e descobri, num ímpeto, o abismo existente  entre mim e outrem

 

Minhas queixas, sempre ridículas, são como grãos de areia , tamanha insignificância quando atento para o olhar de outro alguém ,

um semelhante que, embora desconhecido, atentamente,  me observa .

 

E, quem sabe, constrangido,  meus passos se tornam pequeninos

 

Meu egoísmo , mais efêmero do que nunca,

parece se expandir, mas com a força , talvez do vento, se esvai completamente.

 

Caminho pela areia fofa de uma praia afastada de toda multidão, deixando minhas pegadas.

 

Meu corpo se movimenta para frente, mas indiferente

esquecendo-se de que,  para trás, ficou alguém assentado a uma cadeira de rodas.

 

Sou acompanhado pelos olhos alheios que veem as marcas deixadas pelos meus pés ...

Mas , ainda assim , caminho ...

E sempre na tentativa de não olhar para trás , talvez por que me recuse a fazê-lo.

 

Mais adiante, não ouço , porque não quero

e quem não ouve absolutamente nada

Não suplica também  por nada , mas apenas  ouve em silêncio

E me entende pelas leituras labiais mui precisas para si

E ouve muito mais do que quem ouve mas não sente .

 

 

E quando a noite chega, meus olhos enxergam o escuro

e por causa dos meus ouvidos apurados, percebo algo atrás de uma moita

 

Eu vejo o escuro que , para o outro já é escuro há muito tempo

E, mesmo assim ,  prossigo sempre frio e indiferente ...

 

Não me dou conta de que o escuro vislumbrado por mim

está mais escuro dentro de mim  do que no outro .

Uma escuridão de insensibilidade que me faz um nada , quem sabe  um nada bem mais escuro do escuro de outro alguém ...

 

Minha aparente inteligência me faz irracional

Minha altivez aliada à insensatez , impaciente ...

E sou moldado naturalmente por minhas próprias ações frias e calculistas

 

 Meu cerebelo tão somente me equilibra

Mas não demora muito, minha arrogância me faz tropeçar

e uma morte dentro de mim acontece, antes mesmo dos meus neurônios apagarem-se .

 

Eu não enxergo e penso enxergar

Enquanto o outro que não enxerga nada

E sente mais a alma que leva consigo

E vê um mundo muito diverso do meu

onde minhas pernas e meus braços não conseguem alcançar parece ter uma felicidade incompreensível .

 

Eu, assim como tantos outros, me garbo de minha existência

Mas o que minha memória não me lembra 

e que o outro mesmo  limitado se expande

e carrega consigo é  a certeza de que em  pó, um dia ,  haveremos de nos transformar .

 

E a indiferença gélida  de outrora deixará de ser tudo que eu e tantos outros imaginávamos ser para passar a ser nada, absolutamente nada ...

 

Quanto tempo levaremos eu e boa parte do mundo

para entender que o que me faz diferente do outro  e de tantos outros não é nada , a não ser um equívoco genético ,

um cromossomo a menos ,

um infortúnio que paralisa , em minutos , as correntes cerebrais

e causa todo estrago a quem sequer pediu pra nascer

mas tem ânsia de viver !

 

Quanto tempo levarei para entender que no lugar do outro , poderia ter sido eu ;

poderia ter sido um outro , qualquer outro ,

como um raio que cai em qualquer lugar

e , às vezes, ou diversas vezes , no mesmo lugar !

Sim , tudo pode acontecer !

 

Que logo ali mais adiante , tudo pode mudar !

E o que era perfeito se faz imperfeito

Que o que era claro passa a escuro

Assim como o dia se faz noite ,

A tempestade em calmaria ;

o ódio em amor

ou a infelicidade do inverso

que pode atingir qualquer um !

 

Quanto tempo levaremos para transmudarmos

Para amar mais do que devemos

Perdoar , sem que haja motivo , mas perdoar voluntariamente!

 

Quanto tempo levaremos para uma nova perspectiva ?

Uma nova perspectiva !

E sermos , por um segundo ....

Um segundo talvez baste a todos nós para sermos o outro

E ao ser o outro , levar consigo a verdadeira perspectiva da vida

A perspectiva do outro ...

A perspectiva do outro ignorada por todos nós.


(Cícero Aarão)

 


terça-feira, 18 de outubro de 2022

OUTUBRO ROSA

 


E a rosa

A rosa de outubro

 

Mulher ...

Outubro mulher ...

Todo rosa

Outubro rosa ...

No peito

Todo rosa

Rosa no peito de outubro

Outubro rosa ...

 

(Cícero Aarão)


segunda-feira, 17 de outubro de 2022

TODO

 

“Quero-te mar

Para te amar .

 

Quero-te para amar

Em todo o meu mar

 

Todo teu para mim o mar

Só para te amar .”

 

(Cícero Aarão)