CARPE DIEM

"Aproveite o momento" ; "Colha o dia " . "Aproveitar a vida e não ficar apenas pensando no futuro." SEJA BEM VINDO!!!

segunda-feira, 20 de abril de 2020

DESENCANTOS





“Todos os dias tinha a certeza de tê-la perdido definitivamente. Não havia mais espaço para ocupar o coração daquela mulher, eis que olhar dessa estava voltado para outro ou para quem se dispusesse a agradá-la realmente. Assim tornaram-se os seus dias;  sem a graça de antes, para aquele homem,  tamanho desencanto . Aquela mulher fora uma grande ilusão em sua vida e continuava sendo.”

(Cícero Aarão)

domingo, 19 de abril de 2020

ENCONTROS





“Encontraram-se novamente . Como de costume, as últimas noites , adentrando a madrugada de outono, travavam entre si conversas amenas, mas capazes de tocar o fundo da alma .  Ela, contudo,  mal conseguia disfarçar o incômodo que causava  a si própria .  E o incômodo lhe surgia.  Não sabia dizer o que era. A  única certeza que tinha era de que aquele homem havia entrado  na sua vida lhe causando profundas mudanças, que, decerto, não eram ruins. Não, não eram, pois ela, mais do que nunca,  precisava. Carecia seguir sua vida, falar de si, das coisas que sentia ... E de todas as certezas que pudesse ter em sua vida , uma  lhe convencera: a das intensas mudanças. Aquele homem chegava mudando todos os sentidos . Uma balbúrdia, talvez passageira, fazia com que aquela mulher não quisesse outra coisa senão fugir. Sim , fugir , mas com um único desejo: de querer que aquele homem continuasse em sua vida .”

( Cícero Aarão )


sábado, 18 de abril de 2020

SOZINHOS





"Passamos, boa parte da vida, sozinhos. E muitos desses momentos , mesmo tendo milhares de pessoas à nossa volta .Quem tem alguém, passa boa parte da vida querendo crer ter esse alguém quando, na verdade,  está longe de tê-la. Às vezes, fingimos ter. Passamos boa parte assustados por coisas que foram feitas por nós mesmos e, ainda assim, não entendemos nada ou não queremos acreditar que podemos entender. Chegamos e partimos sozinhos porque assim deve ser . E se fosse nos dada a chance de retornarmos, ainda assim, retornaríamos sozinhos," 

( Cícero Aarão) .

O CENTRO DO UNIVERSO





"Nós somos semelhantes, talvez, a uma folha qualquer de papel em branco ou mesmo uma nuvem que passeia por um tempo no céu e logo, logo se dissipa. E assim como uma e outra, nos transformamos, subitamente em nada . Quão insignificantes somos diante da grandiosidade do universo e quantas vezes agimos com altivez, acreditando sermos o centro das coisas, quando, na realidade, não o somos. Nunca fomos e jamais seremos ." 

( Cícero Aarão ) 

O VENTO DAS MARÉS





Aquele homem, por um instante, sentiu medo de perder aquela mulher de vista. Sentia-se como um pescador, em seu barquinho, à deriva, no meio do mar. Tivera essa ligeira sensação. Tivera a sensação de que aquela mulher iria partir, que estava decidida à deixá-lo no grande oceano. Uma impressão de que foi ou estivesse sendo algo passageiro ..
que é recusado por alguém a permanecer, embora não tivesse ainda acontecido absolutamente nada, mesmo assim, sentia-se à deriva. Não queria que fosse desse modo, mas não pode evitar. E, por um momento era o homem e o imenso oceano e o vento vazio das marés. "
(Cícero Aarão)

O GATO DE PELO ESCURO





“Ele chegou de repente na vida daquela mulher. Talvez como um gato de pelo escuro, imperceptível, a transitar sobre os telhados das velhas casas, afoito ... ligeiro ... Sim, fora ligeiro na sua chegada. Silencioso, de olhar fito em sua presa, parou de súbito diante dela.
Ela, por sua vez,  perplexa, não pensava em outra coisa senão esquadrinhar os pensamentos da personagem estática na sua frente . Mas não conseguia tal intento e, por isso, limitou-se a apenas admirá-lo,  de longe, pois tinha enorme receios de se lançar às garras daquele gato.  Garras afiadas e certeiras, prontas para domná-la.
Os medos pairavam em derredor. Aquela mulher estava movida aos medos que assombraram-na ao longo da vida. Sofrera o bastante em suas paixões e não queria, de modo algum, se machucar novamente . Não, não estava disposta a se arranhar em outras garras. Preferia conter suas paixões, ao contrários dos devaneios daquele bichano que punha à porta da entrada de seu quarto. Não, elta inha seus medos. Sentia-os. E o gato, ali, parado, à espera do seu chamado, da sua permissão para recomeçar, quem sabe, a vida, uma nova vida. O gato, de olhar penetrante, era um homem. Um homem que chegara em sua vida, repentinamente, querendo-a como ninguém pudesse fazê-lo.
E permaneceram ali, os dois, introspectivos, cada qual em seu mundo, em profundo silêncio. “

(Cícero Aarão)

segunda-feira, 13 de abril de 2020

O BEIJO



“Eu queria um beijo seu
E meio sem esperança , fico à espera como um ateu .

À tarde, no meio da praça,
Você sumiu, não apareceu .

O  fruto é meu e todo amor,
E eu bem sei, não apodreceu.

Quando vier, leva o que é meu
Tudo que é meu , é tudo seu .

De mim eu sei é toda graça
Canto feliz por toda praça

Quando vier, vem bem feliz
Eu quero assim , eu sempre quis
Terá de mim meu doce beijo
Um beijo doce que é todo seu.”

 (Cícero Aarão)