CARPE DIEM

"Aproveite o momento" ; "Colha o dia " . "Aproveitar a vida e não ficar apenas pensando no futuro." SEJA BEM VINDO!!!

domingo, 1 de novembro de 2009

DESERTO.........

Eis duas certezas das quais não podemos fugir:
Dois mistérios profundos os quais nem mesmo a ciência é capaz de revelar.
Por que nascemos; para quem morremos.
Nem uma, nem outra pedimos.
No entanto, ficamos sujeitos, inevitavelmente, as duas verdades que nos sobressaltam os olhos.

Outro mistério, porém, nos reveste; o mistério da alma.
Desconhecemos o nosso próprio eu;
chegamos a ter dúvidas severas sobre quem somos de fato; por que fazemos ou deixamos de fazer.

Eis uma certeza: ninguém ousa, por isso, revelar o outro, eis que não se exerce tal poder e capacidade.

Havemos de nos contentar e sequer nos atrevemos a esquadrinhar outrem.
Limitamo-nos a estender a mão amiga e dócil
a conduzir o indefeso à sua frente ao outro lado da montanha.

A noite passada, me julguei o mais triste de todos os homens....
Um vento de melancolia atroz abateu meu coração
E uma angústia sombria me tomou pelos braços....
Meus olhos vagavam a ermo, pelos campos....
E lembrar-me de você era algo audaz; por vezes efêmero.

Eis que me vem tão somente lembranças de menino...

Que saudades de minha infância, onde tudo parece um colorido sem fim...
Onde a alma é todo sorriso; sem maldades...
e onde a paz começa no quarto envolto aos meus brinquedos.

AUSÊNCIA........

Acordei só .
Sinto-me apenas só .
Um silêncio intermitente aguça minh´alma
e ouço, repentinamente, o rumor de papeis a cair sobre o chão frio do quarto onde procurei guarida.......
Um sopro de vento manso adentra todo o quarto
O vento traz a maresia da noite que sorrateira beija minha pele....
Uma cabeceira, um abajur à meia luz e uma cadeira para recostar os sonhos que não canso de enxergar .

Sinto meus lábios silenciarem-se
Sinto um grito surdo dentro de mim …..

Uma tristeza assombrosa abate meus passos
e me dou conta de não alcançar a margem do rio
a outra banda do rio ….
Procuro-a , mas não a encontro ; em lugar algum ….
E, uma vez mais, me dou conto de sua ausência.....

As velas da embarcação travam lutas com os ventos do mar ….
O dia parece longo, mas a tarde já se despede de mim .
Ouço o som das jangadas a beijar as ondas bravias
Aproximam-se como se estivessem em busca de alguém ….
E , mais uma vez, eu mesmo a procuro, mas não a encontro ….
Em lugar algum.....e as jangadas aproximando-se , apressadas....

Corro, em busca do sol, minha única alegria , mas já não o tenho....

Sinto-me só, apenas isso .
Sinto um grito surdo dentro de mim ….
E a madrugada me abraça ….
O braço frio da madrugada me desvela por inteiro
E pareço não ter me dado conta de sua ausência....

sábado, 3 de outubro de 2009

IMENSIDÃO.....

O vento frio da tarde, das folhas mortas sobre o caminho.....
e a noite chegando;
e o silêncio da madrugada o meu acalanto.


As estrelas se escondem por trás das densas nuvens;
pingos de chuva caem do meu céu de estrelas dentro de mim .
Faz frio dentro de minh´alma e fico à espera do clarear do sol que teima em querer se aproximar de meus olhos; meus olhos tristes.

PERCURSO......

Debaixo de teus cabelos existem meias palavras as quais não sei traduzir;
por detrás de teus olhos serenos um mundo, uma vida inteira pela frente....
um sonho de primavera, quem sabe....
minhas mãos parecem querer percorrer tua pele....
um frio repentino me ameaça , mas, mesmo assim, posso sentir o calor que vem de ti .
Alcançar os fios meigos de teus cabelos e esquadrinhar teus pensamentos que eu bem sei ainda não são meus.....
Vejo-me diante de trilhas e todas sopram sobre os caminhos que devo escolher e seguir.....
De todas as certezas que guardo em mim, sei que chegarei a ti ...
quero chegar sorrateiro; chegar de surpresa, sem que me veja …..murmurar em teus ouvidos
que espero sejam meus, tão somente meus e te dizer palavras amenas, porém sem explicação alguma.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

MISTÉRIOS...

Vou deixar minhas mãos percorrerem, bem devagar, sob os fios perfumados de teus cabelos....
e hei de contar o segredo que guardo comigo....
o segredo que brilha;

o segredo da noite....
o segredo das estrelas......

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

ACONCHEGO...

Deixa eu abraçar o teu corpo gelado, espantar a solidão que te ameaça na calada da noite....
Quero que sintas o calor de meus braços apressados, aconchegando os teus ….

Quando meus braços agassalharem os teus, hei de sussurrar palavras, tenras palavras em teu sereno ouvir.....
Chegarei sorrateiro, por trás de tua sombra.....e apenas minha respiração pronunciará, silenciosamente, o teu nome....


Deixa o meu calor invadir a tua alma...


Quando meus braços se achegarem aos teus, hei de acolher um mundo de paz....e doces palavras hei de entoar, sem que ao menos eu perceba tua ausência a incomodar meu triste dia.....

terça-feira, 11 de agosto de 2009

.....MORRENDO.....

Não diga nada.
Não censure meus gestos, minhas breves palavras....
Não me impeça de lhe dizer breves palavras...
Palavras que o vento se encarrega de levá-las e trazê-las ao som da luz do dia ….

Não abrevie meus dias pois não serei capaz de suportar a sua ausência.
Sei e estou certo de que sentirei falta até mesmo de todos os seus medos.

Não diga nada...Não é preciso...
Conforte-me apenas com o silêncio de seus lábios
e descansa os fios de seus cabelos em minhas mãos
para que eu possa acarinhá-los....


Feito revoada repentina , em tardes de verão,
Sei que morro um pouco a cada dia
Sei também que, em prevalecendo a timidez do sol,
que o pôr do sol se faça em mim....
Que o pôr do sol me seja inteiro...
O pôr do sol meu acalanto....

sábado, 16 de maio de 2009

UM CANTO AO RIO

Ah, meu Rio, de eterno amor e sofrimento
Meu encontro contigo se dá ao mar!
O silêncio intermitente da madrugada escura
corações aflitos....O soluçar de sentimentos efêmeros de almas penosas
A percorrer por toda noite, por toda a vida ......
Ah, meu Cristo Redentor ,Meu Corcovado!
Envolto por doces montanhas, estendes teus braços por toda a cidade......
Evitas, mas não pode, e choras intensamente por todos os homens, perversos ou não.
A indiferença dos homens,
O verde , os bichos, as matas......
Tens compaixão e perdoas,meu Cristo, tens compaixão, e abençoas......
Minha Baía de Guanabara!
E a amargura do vento frio que inquieta minh´alma
A solidão dos velhos, o bramir das ondas e os meninos órfãos, deitados nos bancos das praças....
Copacabana, minha princesinha!
Quando a noite chega, tuas luzes são meu colar de pérolas sobre a areia
Ah,meu Rio, és minha própria alma!
Pois um canto a ti, meu Rio de Janeiro, preciso entoar!
Esquecer-me da morte que me rodeia, sorrateira.....
Por todas as ruas, por todos os becos, por todos os lugares ermos....
Meu Pão-de-açúcar, meu bonde, minha Lapa, minha Santa Teresa!
Em cada esquina, um bom malandro e o fascínio das cores noturnas
De todos os males que me rodeiam,
Que bem que me faz a brisa salgada da água do mar!
Ah, minha menina Ipanema , minha Lagoa!
Ah, meu Rio, um canto à beira mar!
Mas, da sombria favela, das entranhas do morro, requebra a mulata
Morena sestrosa, de longos cabelos, descalça, no asfalto, balança os quadris!
Sorriso nos lábios, esquece da vida! Ao som do pandeiro, encanta, meu nego !



sábado, 21 de fevereiro de 2009

À MESA DO CAFÉ

À mesa do café,
Um abraço, um afago de mãos...
À meia luz,
Um sussurro de vozes,
Um olhar contínuo;
Um esquadrinhar de pensamentos...

À meia luz,
À mesa do café....
Um entreolhar sem medida;
Um calor, um pulsar de vida...
À mesa do café.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

O CANTO....

Amanheceu.
O sol ainda está tímido e,
receoso de ser a alegria maior
perante os homens que vagam pelas terras áridas,
se oculta por detrás das montanhas plenas de todo o verde,

da mata virgem que alimenta esperanças...


Um coleiro canta um canto estridente
Ecoa por todos os cantos...
É o meu coleiro, pássaro amigo e companheiro de todas as manhãs em que me encontro só.
Um canto doce, inconfundível; um canto colorido de vida, de raios de sol a difundir em mim..

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

PASSEIO PÚBLICO

Homem, mulher e filhos, à beira da calçada.
O alvoroço contínuo de carros, ônibus e motos parecem não incomodar os que ali se encontram.
As crianças, ainda pequenas, são como anjos que traduzem no semblante doce e singelo a paz de um rio manso e fluente.
Adormecem, mas, acolhidas pelo calor do peito materno que descansa tão somente da noite mal dormida, infindável e ofegante...
À beira da calçada...
Meninos e meninas; mulheres e homens;
E, outros homens, bêbados, infelizes; e jovens sem esperança...
E a cidade amanhece esbaforida por passos ligeiros de toda gente que por ali passa, indiferente, a caminho do destino de sempre....
E o dia passa como a embarcação que vai além do cais;
E a noite vem com tamanha escuridão que não mais assusta;
E a madrugada se achega aos corpos semi-nus;

E um frio corta a alma de quem já não alimenta mais os sonhos...
À beira da calçada...
E a cidade amanhece
....

domingo, 18 de janeiro de 2009

A ÚLTIMA VEZ......

Quando olhei para teus olhos pela última vez, tive comigo a ausência dos brilhos teus...
Quanto aos meus, permaneciam fitos em teus lábios carnudos
que balbuciavam palavras breves e de provocações...

Minhas mãos, audaciosas, alcançavam tua pele morena
e um aroma doce me atiçava a alma...

Por um instante ao menos, quis acarinhar teus longos cabelos
e meus lábios, ah, meus lábios tristes achegavam-se a teus ouvidos

e uma vez mais exalavam uma saudade eterna..

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

REPENTINO.......

Como minh´alma queria!
Ah, um anseio enorme e constante...
Um beijo de maresia, de ondas na areia;

Um beijo de pôr de sol e nada mais.....