A chuva
....
As
gostas de chuva
E como
vêm alegres as gotas de chuva !
Será
casamento de alguma viúva ?
O sol é
teimoso e almeja o lugar dessa bela
dama, a chuva
Atrás de
alguma nuvem , eis o arco-íris
E como
faz cintilante a minha doce íris .
Mas
chega de manhã cedo o triste do dia
E o meu
caminhar assemelha-se ao de uma vadia
Ah, quão
triste
E a
chuva como persiste !
Mas o
bom é simplesmente bom
E retiro
da bolsa um simples bombom
E tudo é
muito bom
Sempre,
como nas noites de frio , embrulhado em um edredom .
Mas o bom
mesmo
E sem
demora é negar a si mesmo !
Andar
por longas horas e consciente , a esmo !
A doação
deve ser de si mesmo
E, por
isso, sem medo algum , dançar
Amar
Degustar
Sonhar
...
Que seja
um tropeçar
Mas na
chuva dançar
Na chuva
chorar ...
A água
pelos boeiros escoar
Escoar a
enxurrada de mágoas que deseja passar
E só
tomar chuva
O bom
da chuva
E chorar
muito , desvelar a alma
Apoderar-se
da calma
E, debaixo da chuva rir e gargalhar
Debaixo
da chuva se libertar e toda alma lavar.