“O
tempo passa por mim ... Eu sinto meus passos, deixando a poeira pra trás ...
Por onde passei, fiz alguns amigos. Alguns se achegaram sem pressa e sem medida
... Almas entrelaçadas... O vento me traz lembranças... Os infortúnios da vida, as tempestades arrastam
para regiões longínquas, mas como uma tormenta sem fim, batem à minha porta e
um mar agitado se faz em mim .
Se
a mim fosse dada a chance de reescrever minha história, eu o faria sem demora,
pois por onde passei, apesar de minhas pegadas certeiras, ficaram minhas
imperfeições ... Eu permaneço em dívida de mim mesmo, pois queria ser muito
mais do que aparentei ser , sem, no entanto, o ser exatamente e, como um
espinho , quem sabe, cravado em meu calcanhar, caminham comigo as incertezas
dessa vida, arrependimentos ; lamentações que me visitam ao adentrar meu
quarto, na acolhida solidão.”
(Cícero
Aarão)