"Não quero envelhecer . Mas o
tempo não pede licença . Se tivesse forças para conter os ventos do tempo, não
envelheceria por fora. Contudo, por dentro, jamais me darei por vencido. Hei de
resistir ao tempo, nosso maior algoz .E ainda que a velhice bata à minha porta
, afinal , pode ser que ela chegue sorrateira, prosseguirei no meu caminho,
continuarei a amar, valorizar o outro ao meu lado e , sobretudo, a mim . Mesmo
muitas vezes, sem esperança, não deixarei de sorrir , pois agindo desse modo,
hei de me conhecer um pouco mais . Serei um andarilho incansável, em busca da
essência que há em mim, espalhando o sorriso a toda gente . Sentar-me-ei no
primeiro banco da praça que encontrar , contemplarei a paisagem à minha volta e
darei estrondosas gargalhadas . Ao entardecer, quando me der por cansado, por
um momento apenas, terei a certeza de quanto simplesmente eu vivo . Com graça,
fazendo e espalhando graça... Com os pés, marcando o compasso da música ao longe,
sem fazer pirraça, ah, tão somente viver !"
(Cícero Aarão)
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