“Depois
de muito pedalar na minha magrela, busco a sombra. Avisto mais adiante uma
mangueira. Repouso minha companheira sobre a terra seca e recosto-me no tronco,
sem demora. Um ar fresco da região me visita e me refresca a fronte. Ah, que seria de mim se não avistasse a
árvore frondosa, repleta de mangas! De repente, uma das mangas, como se
quisesse me recepcionar, cai do pé , a um canto, ficando bem próxima de mim . Era robusta e, em
princípio me pareceu pronta para ser degustada. Ao pegá-la, pude me certificar disso.
Trazia junto a mim um cantil e
aproveitando um pouco a água que havia nesse, lavei a fruta.
Era uma tarde de início de
primavera, dessas onde o sol se despede de nós timidamente. Não hesitei e
provei a manga de cores fortes . Estava doce. Doce como sonhos de criança. Ah, ali, à sombra de uma mangueira
eu descansava e me lembrava de minha infância querida, de minhas tardes
gostosas a catar mangas pelo vasto quintal da casa onde morávamos.”
(
Cícero Aarão)
Nenhum comentário:
Postar um comentário