“Amanheceu
. As janelas abertas e a cortina , com a força do vento que vinha de fora , anunciavam
mais um dia . Um frescor de vento passeava pelo quarto e os primeiros raios de sol repousavam sobre o
lençol da cama . Os corpos nus , despidos, quem sabe, de toda fragilidade e
arrogância humana . O homem acordou de modo brando e, ao seu lado , o corpo da mulher , de bruços,
imóvel. Sereno, lembrava da noite passada . Um silêncio profundo reinava no
quarto . Contemplava o corpo da mulher diante de si e, cuidadosamente,
acarinhava os longos cabelos negros . Pouco a pouco , aproximava-se para sentir
o cheiro do doce perfume e uma vontade sobrenatural o seduzia trazendo-a para
si cada vez mais .
Era
seu instante de paz e mesmo tendo aquela mulher ao seu lado , uma saudade dominava-o
.
Ele já sentia saudade , apesar de tê-la. A saudade era, pois , o infortúnio da hora , porque haveria a inevitável partida .
Ele já sentia saudade , apesar de tê-la. A saudade era, pois , o infortúnio da hora , porque haveria a inevitável partida .
Ele
sentia saudades de si mesmo e de tudo à
sua volta .”
( Cícero Aarão )
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