“Encontraram-se novamente . Como de
costume, as últimas noites , adentrando a madrugada de outono, travavam entre
si conversas amenas, mas capazes de tocar o fundo da alma . Ela, contudo, mal conseguia disfarçar o incômodo que causava
a si própria . E o incômodo lhe surgia. Não sabia dizer o que era. A única certeza que tinha era de que aquele
homem havia entrado na sua vida lhe
causando profundas mudanças, que, decerto, não eram ruins. Não, não eram, pois
ela, mais do que nunca, precisava. Carecia
seguir sua vida, falar de si, das coisas que sentia ... E de todas as certezas que
pudesse ter em sua vida , uma lhe
convencera: a das intensas mudanças. Aquele homem chegava mudando todos os
sentidos . Uma balbúrdia, talvez passageira, fazia com que aquela mulher não
quisesse outra coisa senão fugir. Sim , fugir , mas com um único desejo: de
querer que aquele homem continuasse em sua vida .”
( Cícero Aarão )
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