Eis a madrugada
O inesperado
E um golpe de ar frio, o inusitado.
Eis o silêncio da noite
Um sobressalto
Um calafrio …
Eis a vida
E o confronto inevitável
a cara da morte
e um vento de dúvidas e suas sombras .
Um choro,
uma angústia
e a falta de ar …
uma solidão insondável …
Eis o outubro de rosas,
de cálidas rosas
e os espinhos em volta ...
as feridas da alma;
e uma eterna saudade …
um refúgio na infância,
o futuro, um abismo …
Um descobrir-se constante …
um mistério,
uma nuvem e a certeza cada vez mais distante ..
Eis o teu ser e alma de mulher
tua natureza solitária e frágil …
Eis a transparência ao alcance de todos .
Mas o golpe frio dos ventos da madrugada
ah, impulsionaram-lhe infindas emoções
e uma dor incomum
dilacera-lhe o peito …
extirpa-lhe esperanças ...
Um sofrer contínuo,
um caroço,
uma surpresa
Eis a rosa de outubro
um sentimento,
e um imenso desamparo ...
eis as nuvens espessas …
e um rio de lágrimas …
e mares de incertezas …
e o não ser mais a mesma …
Eis o incômodo,
um rebelar-se e a escuridão dentro de si …
Eis um grito contido,
a voz embargada …
Ah, tua alma de mulher !
Eis tua alma de mulher toda mutilada !
(Cícero Aarão)
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