O
telefone toca
Do
outro lado da linha, tua respiração ...
Pareces
aflita, mas nada pronuncias ...
Por
um instante, sinto teu suspirar
Passageiro,
como uma nuvem ,
Guarda
uma chuva que ainda há de vir , repentina ,
mas
de solidão de alma ...
Disfarças
tão bem ....Mas não consegues fugir de ti mesma .
E
escolhes, por isso, calar tua voz .
Nada
dizes
Mas
sinto dentro de ti um soluçar de saudades ...
E
entre mim e ti , agora , um abismo ...
Um silêncio profundo ...
A
noite percorre e avança becos, ruelas ...
Uma
curva aqui outra acolá ...e um vento frio assustador varre os papeis deixados
pelas calçadas,
e rolam ao sabor do vento ..
à
beira dos bueiros ,
debaixo
dos bancos das praças ...
Uma
solidão imensa passeia pelas ruas da cidade ...
(Cícero Aarão)
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